14/04/13

A primeira noite de Primavera traz tempestade


Uma semente de flor vermelha que há muito foi lançada para a terra, ganhou força e começou a querer romper o chão para aproveitar este primeiro dia de Primavera, tentando absorver todo o alimento solar possível.
O desenvolvimento desta semente apesar de rápido foi cimentado, é uma planta forte, que com carinho e atenção poderá dar a mais bela das flores. Tudo correu bem durante o dia, o sol bateu de feição, a brisa abanava caule para que o pequeno pé ganhasse força e muitos sorrisos ouviu, acreditem ou não as plantas sentem estas coisas.


Veio a noite, altura na vida das plantas onde o seu crescimento supostamente é mais rápido, já não estão concentradas na fotossíntese e as suas energias centram-se em fazer crescer a pequena flor, tudo corria bem e o som do grilo cantor embalava-a, até que pequenos pingos de chuva começaram a cair, o pequeno pé pensou que era uma pequena rega, uma dádiva do senhor, muito se enganou e os pequenos pingos rapidamente e sem avisar transformaram-se numa tempestade estranha, vento forte e chuva grossa abateu-se naquele campo e a semente há muito plantada que se tinha transformado numa pequena planta tremeu, quase arrancada da terra.


A tempestade passou, a planta ainda está viva e em dificuldades mas o Sol brilha amanhã e esperemos que está Primavera não traga mais surpresas.

03/04/13

Rir a par contigo

A primavera teima em não mostrar os dentes, mas os passarinhos já cantam (pelo menos os meus interiores). Há qualquer coisa nesta altura do ano que traz um bom feeling, que nos eleva o espírito e como essa elevação a vida que apesar de andar a preto e branco é polvilhada por flocos vermelhos que aos poucos vão caindo do céu, como se chuva de alegria se tratasse, e aos poucos vai originando uma vida mais colorida, onde a felicidade é um sentimento crescente. A primavera faz sorrir e rir a par com o mundo, e mesmo com todo este cinzento as borboletas vão esvoaçando entre a cabeça e o coração. Nada melhor que um sorriso solarengo a romper de entre as nuvens carregadas de um longo e frio inverno. 

Com um pouco mais de tempo, paciência e sorte poderei ver todo o esplendor da primavera, adoro o tema “ouro sobre azul” desta peça que junta o Sol e o Céu num bonito sentimento. Mas nunca esquecer que tudo pode não passar de alegrias momentâneas e felizmente a vida é um gráfico que deambula entre o positivo e negativo, porque sol sem conhecer a chuva não tem o mesmo valor…


in: http://www.backdoor.com.pt/backbook.php?m=3

02/03/13

Reviver o amor à camisola

Cada vez mais o amor à camisola está de volta às modalidades marginais do nosso Pais, já não são vistas como um meio para arranjar dinheiro fácil como há uns anos atrás, mas sim pelo puro prazer de jogar e de fazer parte de uma equipa ou uma associação desportiva.

Isto está a trazer de volta as famílias por afinidade, criadas à volta de um clube ou associação, o espírito de associativismo, de trabalhar em equipa por uma causa sem receber nada em troca. Esta crise que afeta todas as áreas em Portugal está a fazer bem aos desportos marginais (todos em Portugal tirando o futebol) está a devolvê-los às populações que os criaram. A aposta agora será na prata da casa, falo dos atletas da formação, onde o seu grande objetivo é chegar aos seniores para jogar e não para ganhar dinheiro, e estes sim entram em campo com orgulho na camisola que envergam, onde dão o tudo por tudo.
 

O futebol é sobrevalorizado em Portugal, investir tantos recursos em apenas uma modalidade é estúpido, há tantas outras modalidades que merecem bem mais atenção por parte dos portugueses, as espetaculares praias que tantos desportos podem albergar e trazer turismo, a tradição que temos no hóquei em patins, o andebol que em tempos foi a modalidade com mais atletas federados, o futsal que está em franco crescimento não só na qualidade como no número de atletas.

Uma crise que vêm reeducar uma sociedade que tanto precisa de chapadas na tromba para ver se acorda e fica esperta.


in: Backbook
http://www.backdoor.com.pt/backbook.php?m=3

01/03/13

"Anda-se sempre a mamar na teta do Estado. Porquê?"

Não venho defender o mestre merceeiro Soares dos Santos, que o senhor não precisa, mas quero dar sentido a esta frase que tanto gostei. Sim, tenho um certo apreço por declarações polémicas.

Será que disse alguma mentira? Acho que não, se fizermos uma análise superficial (como deve ser feito num qualquer bitaite, como este) podemos reparar que em Portugal a maioria mama na teta do Estado, a começar por todo o governo e todos os seus inúmeros apêndices, que é normal mamarem, mas porque tantos e tanto? Os compinchas empresários que têm amigos em altos cargos políticos ganhando concursos públicos, conseguindo subir um pouco mais o preço, baixar a qualidade e alongar o prazo de construção, será que os lucros legais não lhes chegam para serem felizes? Continuando com os mamões grandes, todas essas fundações da treta que albergam os amigos de partido com menos capacidades (tipo turma de alunos especiais, os que nem jeito tinham para colar cartazes), a pobres instituições financeiras que guardam o dinheiro da gente mas não têm dinheiro para se manter, tem que ir mamar também na teta do estado, não lhes chega mamar na gente? Aqui está um resumo dos grandes mamões, vamos agora aos pequeninos que também os há. Falo dos homens e mulheres, que passam o dia na segurança social a pedir para mamar (a maioria de etnia cigana, outros são caucasianos carochos maltratados pelo cavalo dos anos 90), porque raio não vão limpar mato, plantar couves, sei lá? Algo de produtivo. Isto também se pode aplicar aos fingidos desempregados a quem chega o subsídio de desemprego para andarem tranquilos entre o tasco do bairro e a casa dos pais ou avós. Poderia continuar com touradas, golfe, futebol etc. Mas acho que já se entende o porquê da pergunta.

Resumidamente quem se fode em Portugal é quem não mama meu caro Soares dos Santos, daí este saque às tetas da grande Porca. É algo muito nosso, muito português, como aquele colega de infância que nunca defendia nos jogos da bola, cabrão estava sempre à mama, tinha duas hipóteses ou marcava golos como se não houve amanhã ou apanhava calduços e carolos até ajudar a defender. Porque deixamos de exigir golos ou dar calduços aos mamões com a idade?

28/02/13

Morre lentamente

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos,
quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Morre lentamente...
Pablo Neruda

31/10/12

Termo técnico: Esmifrar!

Ao longo dos últimos anos temos vivido numa espécie de problema económico, e como bons portugueses o engenho leva-nos ao desenvolvimento de técnicas ridículas de “poupança”. Para mim a mais clássica, “poupe água mije na rua!”, uma tradição muito antiga já entranhada nos genes dos portugueses, antes era só o género masculino mas hoje em dia com a igualdade do sexos já podemos observar isto em algumas mulheres, se fizermos as contas, 3 mijas por dia em casa equivale a 3 descargas de cerca de 8 litros, ou seja 24L por dia vezes 300 (já a contar com dias fora de casa) dá 7200L por ano.
Continuando na poupança de água, sempre que puder defeque em casas de banho públicas (as melhores normalmente são escolas, bibliotecas e palácios da justiça) aproveitando sempre para levar um rolo de papel higiénico, afinal de contas é público, é para as pessoas se servirem, não é ilegal ou roubo, somos nós que pagamos, e porque não esmifrar mais um pouco e carregarmos uma garrafa de água com sabonete liquido que se encontram nestes “serviços públicos”, depois é só chegar a casa e despejar para o recipiente próprio. Caso more numa zona de praia aproveite os duches grátis, já tem sabonete. Importante o melhor amigo de um esmifra destes é uma mochila sempre às costas. Só com estas brincadeiras somos meninos para poupar perto de 200 euros ano.
Para os mais ridículos: sentar-se num restaurante pedir as entradas e ir recolher os restos, estamos em crise e é feio estragar comida. Proponho então um novo serviço aos restaurantes que agora muito precisam, o menu “Só mesa”, onde as pessoas pagam apenas o aluguer da mesa e o serviço de trazer os restos das outras mesas, um mero jantar de esmifra que sem querer se pode transformar num banquete com os mais variados pratos.
Considerem estas ideias como aproveitar os recursos que estão ao nosso dispor gratuitamente. Porque como diz o bonito ditado popular, “quem tem vergonha passa fome!”.

27/10/12

Quem está fora racha lenha!


“Quem está fora racha lenha” é daqueles ditados populares muito úteis para mandar calar alguém, neste caso vão ser muitos. Frase muito reproduzida em mesas de inúmeros cafés ou tascos onde o desporto rei joga-se com cartas e chama-se Sueca, é utilizada no caso de algum paspalho que nem sequer está a jogar mas está armado em comentador e a intrometer-se no jogo de alguém.


Mas desta vez o “quem está fora racha lenha” vai para essa nova espécie de “comentadores internacionais” que por terem posto os tomatinhos fora de Portugal já pensam que sabem da vida, de política internacional e que lá fora é que é bom...

Falo desses novos emigrantes, que enchem o peito para criticar o nosso Portugal quando vão para fora, muitas das vezes financiados pelo estado ou pelos papás, desviando dinheiro português gerado em Portugal para o estrangeiro (e nós cá a precisarmos tanto dele). Para esses novos críticos emigrantes que na “França équé bom”, que atiraram a toalha ao chão e desistiram do Pais que os viu nascer e que os criou digo em voz alta “QUEM ESTÁ FORA RACHA LENHA!”, querem criticar, comentar e intervir voltem para cá e tente melhorar o que está mal, trabalhem no terreno que desdenham.
Mas não se enganem, nutro um enorme respeito por quem arriscou e se mandou deste Pais à beira mar mal tratado, apoiarei sempre quem mete o seu ser à frente da sociedade que o envolve, afinal de contas vivemos na era do individualismo. Mas por favor não me venham com mer*as, saíram, foram à conquista ou simplesmente fugiram por ser quase insustentável viver cá, fiquem-se pelo vosso queijinho e deixem-nos comer o nosso, a moral das tropas já anda em baixas, já há tanta crítica e sátira interna, deixem-se mas é ficar caladinhos, querem criticar voltem para a nação e façam algo para a melhorar.
Amigos que emigram muito respeito por vocês, mas já que foram limitem-se em nos mostrar as coisas bonitas que foram encontrando e as vossas experiências novas.
Comam o vosso queijinho que nós por cá sonhamos com o nosso…